2.3.10

Destino

Há muitas maneiras
E sentidos que o vento leva.
E elas sempre chegam
Acusações, cortes,
Culpas aos nossos ouvidos.
Palavras mordazes são capazes
De ferir.
Fujo sempre,
Mas me alcançam.
Não satisfeitas por chegarem,
Marcam a ferro meu coração –
Fazem-no refém.
Depois passo fome na prisão.
E, na escuridão da cela, tento novamente
Fugir!
E elas sem piedade pisam,
Querem deixar claro que não sou nada.
Mas não sou!
E ainda preciso perdoar, esquecer. Alto preço.
Vão embora.
Às vezes penso que as palavras não existem –
Seria melhor.
Mas elas permanecem para sempre,
Nós vamos embora.
E agora já não há muitas maneiras,
Nem sentidos.
Perdemos. Perdemos a vida.
Perdemos aqueles que amamos.
E as palavras ainda soam no ar
(Gritam)
Para cumprir seu propósito.

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