2.3.10

Uma voz na janela


“Ouça sua voz chamando,
vem da janela ou da solidão
mais uma vez por uma canção
de palavras da noite”.
Outrora singela, agitada,
Agora lúgubre, soterrada...
Talvez o lamento de uma ave
Ou o grito do vento.
Assombros invasores do corpo
Fazem-me refém, vítima do prazer
De sentir o vento – entrega, fantasia.
Bastou amanhecer...
A imagem do desejo
Surpreendeu a alma cansada.
Incertezas!
A vida é estranha e nós, mais ainda.
Por que não ser como os outros?
“Desconte suas mágoas,
em golpes no ar, na parede.
Grite, assuste todo mundo.
Entre em seu quarto, bata a porta
E fique sozinha lá durante muito tempo.
Depois, saia aliviada”.
Outrora porta aberta,
Agora alma coberta.
Alheio à movimentação,
Meu coração incendeia.

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